Friday, July 28, 2006

diferenças, ainda e sempre...


qdo vc planta flores no seu jardim, espera pra vê-las crescer, sem saber o que vai acontecer e mesmo assim espera que elas venham até sua janela e entrem sem bater. ainda assim, o mundo não é cor-de-rosa (nem rosa, violeta, vermelho, amarelo, branco e td ao mesmo tempo, margeado por um magnífico verde esperança na moldura). mas o colorido de tudo isso sempre se mistura, talvez de verdade, talvez devido à embriaguez e se torna o branco sem graça de um inverno seco, desfolhado e solitário, qdo as árvores não deixam esquecer q o que se planta nem sempre se colhe, e isso é natural, e não vai ser pq alguém entende q deixa de acontecer.

ora bolas, as flores não são compradas, elas são criadas para se tornarem autonômas. se vc pará pra pensar, vc tá preparando alguma coisa linda, mas que tem que ser compartilhada, por mais que vc seja importante pra ela.

Flores, primaveras; saudades, outonos; desilusão, invernos; resentimento e resignação sempre

qdo as esperanças eram grandes, a grama era verde e as noites eram sonhos, antes da saudade, da indiferença, da decadência e do mau-humor, do tratamento respeitável de senhora e senhor.

desistência obrigatória


as vezes eu acho q a gente devia falar pras pessoas "escuta tal música", daí talvez fosse mais fácil pra elas entenderem o q a gente pensa.
apesar de que música, e arte em geral, é um barato muito interpretativo, especulativo, mesmo.
se vc quiser vc tira muita coisa inteligente do Rod Stewart e ignora a politização do Floyd e do Savatage, se vc quiser vc se diverte vendo um filme do Kubrick, tipo Laranja mecânica e assim por diante.
daí q talvez o mundo seja uma grande especulação em torno da especulação alheia, aquele papo todo de desejar o desejo do outro e tals, só q ao invés de se materializar isso se faz no nível da representação, ou seja, das idéias. o fundamental não é uma distinção entre niveis de consciência, se de si, para si, para ti enfim...

a especulatividade (?!?!?) do mundo (!?!?!?) nesse sentido seria decorrente da incapacidade de compreensão total das múltiplas determinações internas ao receptor do diálogo em uma relação pautada pela compreensão tanto de si qto do que se coloca fora de si. é mais q dominar a natureza interna e externa, pq é necessária a manifestação de uma idéia do q sejam estas naturezas, ou seja, a compreensão é anterior à própria dominação, ainda q esteja servindo-a invariavelmente.
só q dessa compreensão surge uma idéia ideal, que não tem como ser real na medida em que não leva em conta as ações q outros indivíduos realizarão sem levar em conta as ações daquele primeiro indivíduo e assim vai. é um círculo vicioso de impossibilidades de materialização perfeita, um grande ciclo de tipos ideais. daí q a distinção entre ação e representação é uma explicação mais clara q a idéia de uma consciência falsa ou incompleta.

e essa distinção é ainda mais importante para entender q nem sempre o q vc faz dá certo, mas vc pode não ter culpa, a não ser q vc deixe de acreditar. nesse sentido é melhor ser obrigado a desistir de algo, em certo sentido...

Sunday, July 23, 2006

palavras, limitações e espontaneidade

Porque, de fato, existem algumas palavras q não se usa em qualquer momento, mas apenas qdo vc realmente quer expressar uma idéia forte, que vem de dentro e vc não aceita q seja representada por nenhuma outra palavra.
nesse caso,talvez pela força que estas palvras têm para quem as diz, a conexão do coração com a razão seja um cofre onde elas estão seguras, mas de onde elas são capazes de sair qdo necessário.
e daí que essa conexão entre a razão e a emoção funcionando como uma forma de ordenar o mundo externo seja especialmente forte qdo se apóia em imagens únicas ao invés de se apoiar em toda a técnica de expressão que se desenvolveu ao longo de séculos de fala, escrita, pintura, música, etc e tal.
mas ao invés de ser uma limitação ou um perfeccionismo cretino poed-se encarar isso como um elogio à facilidade de entendimento, por que, afinal, as revoluções andam meio complicadas, ou nem andam, mas continuam complicadas.
mas, enfim, o fato é que existem mais coisas nos cofres, só que quem primeiro chega lá são as palavras, que são poucas: grotesco, brutal, tristeza e, principalmente, esperança.

Wednesday, July 12, 2006

alguém realmente se importa?

www.kcond.multiply.com


hahaha...o gênio da escrita lança seus tentáculos...agora com música!

Tuesday, July 11, 2006

Opressões e condições

não foi surpreendente que me pedissem para escrever esse "obituário", já que possivelmente sou o único que ainda o defende em todo o país, o que talvez torne o texto em si mais estranho que seu escritor, mas acho q a idéia é sempre uma superposição onde quem se destaca é o canteúdo, então, se o texto está aqui é pq vale a pena ter sido escrito, o que absolutamente não implica em um valor de leitura!
o fato é que os esquecidos só são esquecidos pq em que ninguém se lembra de que fazem parte do mundo por que o seu papel não é o de destaque, não faz parte do objetivo a ser atingido durante a ação que se vai praticar. mais ainda, é uma posição oposta, que tem por obrigação impedir que se realize de forma mágica e maravilhosa todo o sonho dos pequenos meninos, dos velhos bebados e do mundo real como um todo, pr falar a verdade.
como o nosso (?) herói foi assim: genial no que fez, grande destaque, o maior que já vi, praticando o impossível, justamente para tornar possível o que ninguém gosta de ver. carregou o fardo de ser obrigado (e ser um só entre muitos) a impedir, a fechar, proteger, desviar, afastar, enfim, segurar ao invés de liberar. sempre imginou que a fantasia nessa situação fica bem difícil de ser exposta. o pássaro com o canto mais lindo dentro de uma gaiola de ouro, entretendo seus ouvintes com vôos impossíveis naquela situação, porém logo ignorado pelos que vêem um simples bater de asas de outro pássaro em direção a uma árvore qualquer.
essa é a mágoa, essa marca negativa de alfuém que sempre é excluído das fantasias, ou qdo está lá é pra ser um coadjuvante a ser derrotado, a melhor das hipóteses para ser um troféu e uma memória nas fotografias. o que irrita, causa ódio, é a ausência do reconhecimento, das dificuldades e da situação a que se está condenado.
por causa desse contexto maldito é que as falhas são valorizadas e nunca, nunca, NUNCA, o resto da existência, qdo a salvação trazida não foi mais que o que lhe era cobrado! NUNCA será lembrado pelo caminho e pela dificuldade, pelas mágicas particulares e pelos pianos que carregou debaixo de chuva, sol, fogo amigo, bombas e tudo o mais.
a marca indelével que terá de carregar é a da mentira com que o mundo foi agraciado qdo foi complacente com sua árdua tarefa. o mundo se recorda da sua culpa, exclusivamente sua, no único momento em toda a sua existência em que foi um agente ativo daquilo que deveria fazer.
por isso ainda acho q deve-se revalorizar sua história, à luz da miséria a q estão condenados todos aqueles que não fazem parte da totalidade fantástica que se fecha antes de se completar.
Goleiros são tão humanos qto qualquer outro jogador.
Oliver Kahn é tão genial qto Kahn pode ser. e isso é mto mais do que se pensa.

Sunday, July 09, 2006

realidade, ainda q tardia

correndo o risco das verdades absolutas:

sim, eu amo Caconde
não, Caconde não tem nada
sim, viajar de ônibus é uma merda
não, eu não prefiro ficar em Campinas
sim, eu odeio Campinas, a Unicamp e as pessoas de lá
não, eu não odeio todas, mas as que eu não gosto eu não gosto mesmo

Caconde é um lugar limitador, onde vc sabe q não vai se desenvolver ao máximo, onde vc vem de boa, pra dar um tempo e logo enjoar. não rola ficar aqui, mas, ainda assim, é melhor q Campinas, onde existe aquele fervilhar de idéias e representações auto-complacentes e ridículas sobre a capacidade estrutural de estudantes serem vítimas de um sistema a ser destruído pela negação diametral de sua ordem. Os filhinhos de papai e de mamãe que brincam de não tomar banho (hilário). Os estabelecidos sendo outsiders por solidariedade, sempre, porém, mostrando que como sabem o caminho têm de mostrá-lo para os companheiros de luta (quase não posso me conter, hahahaha).

mano, a questão é a seguinte, com toda a ignorância, inocência, embrutecimento, afastamento, humilhação, exclusão e todos os adjetivos que fazem das cidades pequenas objetos invisíveis para os salvadores da pátria (que até lembram delas, em seus acampamentos alternativos...), a ação que se desenvolve nesse teatro dos horrores é real, aqui as vidas são mesmo secas, derrotadas pela realidade e oprimidas pelo social, o que faz das representações algo de uma honestidade brutal, tocante e levemente insustetável. é essa honestidade na limitação que agrada, se vc consegue conceber que tipos ideais não existem nem onde se imagina q eles existam (sim, a unicamping)

é como disse Graciliano Ramos, alguma coisa aconteceu nesse país, e não só os grandes nomes é q sabem expressá-lo, existem os comércios, o ócio dos balcões e tudo o mais. enquanto isso na enfermaria, todos os doentes estão cantando...

Saturday, July 08, 2006

Parabéns!



foi a primeira vez em muito tempo que ele ia feliz para uma festa. lembrou-se do primeiro dia em que escreveu naquele diário de agonia: "eu já não tenho festas a muito tempo". isso já tinha mais de um ano. os melhores anos de sua vida, como insistentemente lha batiam na cabeça. se sentia um dentro daquele muro que Pink desenhara e cantara.

mas agora lá ia ele, sorrindo, em busca de alguém. a quanto tempo não saia de casa pensando em encontrar uma pessoa especial? realmente acreditava que tudo poderia dar certo. ia cantarolando "all I ask of you is belive". esquecia-se das partes tristes da música, naturalmente.

foi lindo, até certo ponto. mas não importa.

ao se sentar depois percebeu que se sentir como uma criança era tudo o que ele queria...não queria mais ter que ouvir seus amigos perguntarem qdo iria ler alguma coisa de alguém q não acha o mundo uma merda?. "ser obrigado a desistir...hum, estranho, antes não chegava a esse ponto..."

voltou a cantarolar "all I ask of you is Belive", pela primeira vez lembrando-se de que, por mais trsite que seja sua situação, o acreditar é uma paixão e, assim, ao não desistir só se está afirmando o quanto ela é importante.

só se lamentava do fato de que não poderia ir criar seus patos na sua casa no campo agora. talvez não fosse nunca, talvez mudasse de perspectiva, como já estava mudando, mas sentiu que agora preferia a companhia à casa e ao campo.

este é o melhor presente que pode oferecer a alguém, tendo em vista todo o seu egoísmo: seus sonhos pequeno-burgueses a tanto tempo congelados pelo espírito do ideal... (in)felizmente esses sonhos atualmente são pensados em função de ourta pessoa, mas isto não é o melhor de tudo?

K. espera que da próxima vez possa olhar, com o mesmo carinho que sente hoje, e sorrir, satisfeito, talvez, ou então se perguntando sobre o que afinal, é a satisfação.

Saturday, July 01, 2006

letras


K:

K., Kafka, Kaique, Kahn (knocked keeper), Kcond...

"Triste, tristemente o sol se ergueu. Levantou-se sobre todas as coisas e nenhuma mais triste que a visão daquele homem de boas habilidades e bons sentimentos, incapaz, entretanto, de exercitá-los diretamente, incapaz de ajudar a si mesmo e de lutar por sua felicidade, consciente de sua má sorte, mas resignando-se a deixar que ela o conduzisse à sua destruição"


PS: isso entre aspas é Dickens, eu fui desonesto e não citei, "crucify me"
...