Sunday, August 27, 2006

tempo.


daí eu tava conversando com o Bob e ele falou que tava aqui faz só uma semana, mas já parece que faz muito tempo. depois ele falou que existem situações em que vc imagina q são cinco da manhã, olha pro lado e são apenas 11 horas, quando ainda existe uma noite inteira pra ser vivida.

pq, mano, é "apenas uma semana"? pq é só um dia? só uma oportunidade?

parece que a vida é tão cheia de emoções e variações que ao perdermos uma sequência de momentos fazendo a mesma coisa estamos desperdiçando todas as oportunidades do que poderia ser e não vai mais. se fossemos mesmo tão humanos quanto achamos que os deuses são talvez pensássemos que vc experimenta as coisas e daí acabou, vc já fez isso e não precisa ficar se remoendo de vontade de fazer de novo, não haveria esperança pq não seria necessário, seria um reino fantástico de liberdade de escolhas, de tentativas únicas. aí seria muito pouco tempo "apenas uma semana".


sabe, sepá a vida é mesmo efêmera. sepá não, mas acho q é. vc vem vive oitenta anos (!!!!!!), comete um monte de pecados, ama alguém e não é correspondido ou não, tem filhos ou adota, ou não, enfim, escolhe várias coisas dentro do que vc pode, daí vc morre. aqui vc não sabe o que vai acontecer. acaba, mas vc só sabe que não fez o bastante, não compreendeu tudo, não ajudou e não foi ajudado. taí, gente morre na áfrica e a gente fica puto, nossos parentes morrem e a gente sofre, mas, no final, isso não vale nada, pq um dia a gente vai morrer e parar de pensar, só que isso ainda vai demorar muito, mas muito mesmo.
por isso, talvez, exista o sofrimento: pq demora demais pra dor parar de doer, pra tristeza ir embora e pra gente deixar de acreditar. "where is the future? the call of the blind" "belive in nothing. nothing will remain" (isso é otimista, não?)
de que adianta, sério, che guevaras mundo afora salvando vidas que não valem nada? eu acho q essa é a tarefa, mas ela só existe pq, mesmo numa vida efêmera da porra, a gente consegue matar pelo simples fato de existir. isso é trágico, é muito mais cruel que ser cético, mas o que eu posso fazer é justamente não ser cético, semear esperanças em outras pessoas e morrer achando que vivi demais, fiz pouco e ainda assim me contentei.

Tuesday, August 22, 2006

Breve ensaio sobre a tristeza


e àqueles que nada pedem é impossível não esmagar!
tudo que lhes é permitido em sua pífia tentativa de compreensão e consenso não é nada mais que ser humilhados.
alguém pensa sobre o que poderão estar pensando os outros?

Sunday, August 20, 2006

Tales on Metal


talvez a função da música seja te fazer se sentir confortável de alguma forma, mas não necessariamente bem. deve ser alguma coisa que toque a alma (alma? faça-me o favor companheiro...), que te faça sentir alguma coisa, quem sabe uma cor.

Metal é isso! um amigo me falou uma vez que metal tem que falar de doença, podridão, incompreensão, dor, mostrar o quão sujo é o homem e suas criações.

eu acho meio isso mesmo, sabe? não vale denunciar pura e simplesmente, tem que ter algum fundamento sentimental, porque senão é uma obra de engenharia. pra mim a questão é mostrar a opressão arbitrária a que estão submetidos os pobres sujeitos da história. Metal é isso!

Metal é tipo uma cápsula de ferro, "full metal jacket", diria aquele cineasta, se fechando, te espremendo e te assustando, mostrando que seus medos são medos da ausência de algo q pode faltar, mas que agora ainda existe. é como se a esperança estivesse ali na frente, mas por enquanto ela fosse só esperança, pq as possibilidades da desgraça são maiores. a perda está a um fio de cabelo e a esperança está a um dia de viagem, uma viagem noturna, a cavalo, daquelas que o Dickens e o Kafka narrariam, para o meio de algum lugar desconhecido, "where is the future, the call of the blind?"

claro q existe algo diferente, existe a liberdade, a igualdade, existem as rosas vermelhas e a vontade de ter um final feliz. nisso td pode-se acreditar, e existem as canções sobre isso, mas elas continuam no meio do nada, enquanto a dor cai sobre sua cabeça enquanto vc se mantém acima do gelo. é uma questão pura e simples de pensar qual é o objetivo que vc quer alcançar, uma escolha talvez sobre suas crenças.

the land of the miracle, where or love con make us fly?
dead heart in a dead world, where nothing is forever and no one is safe, where I still belive in nothing?
a time when the crowds are gone, when's playing the saddest song?

nada mais q uma escolha, determinada e influenciada, mas uma escolha.
"full metal jacket", mas uma escolha.
a ser feita nos parâmetro burros de uma banda burra e não do Chico Buarque, mas uma escolha.
simplesmente para formalizar um sentimento, mas uma escolha.
inútil e particular, mas uma escolha.
finalmente, uma escolha, dura como metal, mas uma escolha.

Wednesday, August 16, 2006


"Is there any wonder
why we came about?
Was it for love or to let sin abound?
Is there any wonder
Awake from blood tick dreams
remove all the stones from our hearts

Will we find a way to the other side
heading for a light
who is holding the key
why we can't see
this dark ride"






Tchekov achava que a vida era uma grande tragédia. não a vida dele (aliás, sim a vida dele, mas ele não era tã egoísta quanto alguns outros). não via sentido em uma existência efêmera, de oitenta anos pra morrer depois, não sobrar nada. e a busca de felicidade durante todo esse período não passaria de uma tentativa de enganar a grande falta de sentido em que estamos mergulhados. o ser feliz não é um ser completo, pois ainda é um momento efêmero, e, pior, dentro da grande tragédia, é uma sentença de incompletude, pois não é compreensível.

Mas Tchekov não era um resignado. uma vez que alguém lhe sacaneou e o fez um ser vivo, ele tinha a obrigação moral de ser feliz, o que ele só poderia fazer de forma negativa, por um lado expondo o quão desgraçado era tudo isto, mas por outro mostrando que por mais forte que possa ser o responsável pela sua queda, já que vc está no chão pode fazer com que a tragédia se atenue, mas não a sua. por isso Tchekov era médico. ele sabia muito bem que sua vida pouco valia, e por isso não se importava, não se esforçava e não lutava por si mesmo. mas como tinha uma grande percepção, uma sensibilidade humana incomum se entregava de corpo e alma à suas duas tarefas, a de se explicar e a de ajudar àqueles felizes companheiros que não se importavam com suas explicações.

não é uma simples questão de querer ser triste e melancólico, mas sim uma cereteza do que se faz e uma luta silenciosa, que só pode ser travada sozinho, contra a arbitrariedade a que estamos submetidos, mas mais importante, é uma questão de felicidade acreditar naquilo que se faz, se pensa e se expõe, ainda que estes sejam os sonhos congelados.

Letras II

Savatage, the Saddest Song
Sammet, Scarlet Rose
Sonhos, Space dye-vest

Monday, August 07, 2006

A ORTODOXIA É O SONO DA BELA ADORMECIDA...

...só q ela já está deitada com o príncipe