Tuesday, October 17, 2006

Constrangimento Ideológico


Rio preto, Julho de 2006, três marxistas e meio vão ao Festival Internacional de Teatro, prestigiar a produção artística nacional de uma das formas de arte mais subvalorizadas culturalmente nos dias de hoje.

em primeiro lugar, o que marxistas estavam fazendo em um lugar que se reservou para a elite intelectual de uma região e, especialmente de um grupo social específico? claro que eles viram peças de dramaturgos marxistas também, sem, também é óbvio, se renderem a experiências novas, como a audiência a peças cuja temática fosse levemente passível de desconfinça quanto ao caráter moderno de seus desenvolvimentos. Na real, grande bosta se o negócio é o gosto dos caras, pq na mesma real, a gente tem q saber q os marxistas, geralmente, são toscos ao extremo, e tão pouco se lixando pra opiniões que não levem a reflexões intelectuais sobre as formas e conteúdos de uma proposta de alteração crítica da sociedade atual, ou seja, pensemos, bastante, com qualidade e originalidade, mas antes pensemos e não nos percamos em desvios egoístas.

no caso, Brecht te afasta da vivência de sentimentos em uma peça para te mostrar pedagogicamente a exploração, de modo que vc não se sinta levado por sentimentos q poderia experimentar se estivesse no romance (estranho, afinal, seu amigo Adorno talvez teria dito o contrário, mas sabe-se lá, não?... deveriamos perguntar a algum marxista,qual é a desse cara). será um indício, um claro raio de luz num céu chuvoso ou, quem sabe, a destruição das armas que ficaram dentro das forjas que se auto-destruiriam?

pois então detenhamo-nos mais um pouco neste tema: a proposta inicial não era fazer uma avaliação imanente dos desenvolvimentos sociais motivados pela desigualdade nos acessos ao poder de dispor de sua própria vida? ora, pra isso, pensa meio marxista, é preciso que se desenvolva tanto uma crítica imanente quanto uma visão um pouco menos egoísta e autoritária da arte, além, quem sabe, de uma aproximação das experiências particulares dos oprimidos.

No geral, quem sabe se o problema não é que a própria noção de estética acabou por se industrializar transformando-se num campo dominado por uma autoridade intelectual pretensamente revolucionária a níveis sociais?

Me parece plausível, ou alguém me explicaria porque fazemos cursos de alemão, francês, italiano e assistimos cinema alternativo e discutimos vanguardas presentes no passado, no presente e no futuro, alimentamos nossas capacidades culturais e, com ela nosso potencial de escapar ao domínio ideológico, que sabemos ser a causa da alienação do povo, esse sujeito descuidado! de boa, o problema é esse egoísmo pequeno-burguês que não é facilmente esqueciso, qdo vc quebra o argumento de alguém, ou quando vc mostra pra alguém q vc fala alemão ou lê perfeitamente em inglês.

Nesse momento (e precisamente esse é o momento que se congela ao longo do tempo criando um abismo perceptível apenas pelo lado daqueles que ficaram parados) é que a distinção entre quem está dentro e quem está fora do que é necessário se faz presente. e justamente nesse momento quem está fora se sente parado, ao mesmo tempo em que quem está dentro se imagina parado, ou melhor caminhando para trás, afim de resgatar aqueles que ficaram parados.

Talvez não seja tão fora de lugar lembrar que a História é um trem...

2 Comments:

Blogger Carol Bazzo said...

Caco, você e o Bob pensam cienciasociologicamente demais...

1:39 PM  
Anonymous Anonymous said...

hohoho

9:48 AM  

Post a Comment

<< Home