Friday, October 06, 2006

As cinzas dos pecados


" Standing on a dream isn't what it seems
Could we then reclaim a dream refused
Knowing what we know could we let it go
Realizing that all the years are used"


manja aquelas folhinhas amarelas que caem das àrvores, sei lá, acho q são Ypês amarelos, que elas chamam? Aquelas que ficam no chão e daí fica bem bonito qdo vc olha pra elas, pq parece q a rua foi forrada de flores.

então, daí vc se questiona sobre pq as pessoas varrem aquilo, se, de fato, é tão bonito. mas não é uma resposta difícil de achar, porque vc logo lembra q quando as flores caem, elas secam, murcham , escurecem e grudam no chão de um jeito q tem lá sua beleza, mas que te lembra de que aquilo ali não é mais do jeito que já foi e que não volta mais.

na verdade, a galera limpa aquilo pq o q foi belo um dia não é mais belo do mesmo jeito, apenas é diferente. o problema é esse, as coisas não são estáticas, elas estão imbuídas de dinamismo e isso significa alternativas que fogem ao nosso controle, vc escolhe esperando algo, mas escolhe errado daí já passou...se vc se dedicasse a cuidar daquela flor em todos os momentos evitando que ela morresse, mesmo sabendo que um dia ela vai morrer, qdo este dia chegar o que acontece? ou pior, ao longo o tempo, o que aconteceu?

Quando Michael mata o Fredo quem, de fato, morre? qdo vc é obrigado a abandonar as crenças e as possibilidades q vc tentou construir o que te sobra? é mais ou menos isso, sabe, vc vive obrigado a fazer escolhas e sempre pensa nisso, mas nunca se lembra de que uma vez escolhida uma coisa, ela não pode ser desfeita, uma vez recusado um sonho ele não pode mais ser reclamado, uma vez entregue a vida ela não pode mais ser vivida. e a vida se entrega de várias maneiras, inclusive vivendo-a de um jeito errado. talvez por isso, às vezes, uma escolha correta seja se afastar, impedir que aquela possibilidade de destruição prevaleça no futuro sobre os possíveis momentos de felicidade que estão no caminho até lá.
sei lá, talvez o que eu quero dizer é que com as escolhas, a gente parece estar preocupado com o futuro, mas com as possibilidades vc tem que lembrar q o passado ficou pra trás, foi deixado em troca de uma tentativa de melhora, mas aí é q fica a questão: qdo vc simplesmente fecha uma porta e finge que o que está lá dentro não existe mais, vc não está, de certo modo, cometendo um pecado contra todas as coisas que aquele caminha lhe propôs? principlamente porque se ele existe para vc é pq ele tem uma importancia, mínima que seja, mas uma importância. e é ao abandonar aquilo que se entregou a você que talvez esteja o pecado: vc, mesmo que pra isso não tenha alternativas, está desprezando algo que se doou a vc! no final das contas é um caminho que se escolhe sim, mas um caminhjo ao qual é inerente o desprezo e o esquecimento, e, por isso, é um caminho no qual vc segue as flores espalhando cinzas sobre os cadáveres possíveis que restam.

3 Comments:

Anonymous Anonymous said...

Estava pensando muito sobre isso também, ao longo dessa semana. A certeza às vezes pesa mais que a indefinição, mesmo que esse peso não seja obrigatoriamente negativo...

9:07 PM  
Blogger boB said...

Kconds, tipo, meu, isso é mto fofolete! ahahah
Ow, é sério, melhor enterrar possibilidades através de UMA escolha, do que fantasiar a todas as outras e nunca as ter.
Mas, afinal, quem são Michael e Fredo?

10:20 AM  
Anonymous Anonymous said...

kcond querido,
eu acho que escutei esse papo numa chuvosa madrugada de kinta-feira que alias foi seguida (a conversa) por uma magnifica macarronada preparada por vc e pelo nosso queridissimo Bob.
e eu concordo com o Bob... isso é realmente muito fofolete e o fato de vc extrair algo tao lindo de uma situacao tao trivial, torna tudo o que vc disse mais lindo ainda!
bjo, kcond!

11:00 PM  

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